A altitude mínima é de 421 metros e a máxima é de 673 metros. O ponto mais alto fica pouco antes da metade do caminho, em Villamayor de Monjardin. Sugiro ir devagar, com calma e, como sempre, apreciando cada minuto e cada paisagem. Afinal, o Caminho de Santiago deve ser desfrutado ao máximo!
Nesta etapa, entre Estella e Los Arcos, sugiro que saia bem cedo para aproveita-la com tranquilidade. Outro motivo é evitar o sol forte, pois há pouca sombra no trajeto, principalmente da metade em diante. O trecho também é relativamente curto como as etapas anteriores, com 21,5 quilômetros.
Preciso destacar que eu prefiro ficar em Los Arcos porque gosto deste pueblo, mas muitos caminham até Torres del Rio, aproveitando que o trecho entre estes dois pueblos é bem fácil. Assim adiantam uma parte do outro dia, que é um pouco exaustiva.
Outra coisa importante: daqui até Nájera alguns peregrinos preferem dividir em quatro etapas curtas, ao invés de 3 longas. Vou explicar abaixo as duas opções. Claro que você pode mudar e fazer as etapas do teu jeito, estas duas opções são sugestões apenas! 🙂
Opção 1
De Estella a Los Arcos (21,5 quilômetros) – ou de Estella a Torres del Rio (29 quilômetros)
De Los Arcos a Logroño (27,5 quilômetros) – ou Torres del Rio a Logroño (20 quilômetros)
De Logroño a Nájera (29,6 quilômetros)
Opção 2
De Estella a Los Arcos (21,5 quilômetros)
De Los Arcos a Viana (17,5 quilômetros)
De Viana a Navarrete (22,2 quilômetros)
De Navarrete a Nájera (16,9 quilômetros) – ou de Navarrete a Azofra (22,6 quilômetros)
Esta segunda opção eu indico somente a quem não está conseguindo andar direito, pois você “perde” um dia, além de percorrer alguns trechos muito curtos. Fica como sugestão para o caso de necessidade e também serve para que você compreenda que pode fazer as suas etapas como bem entender. Pesquise antes quais localidades tem albergues e a estrutura que você precisará (farmácia, médico, mercado, etc.). Aqui no blog, como já disse anteriormente, vou seguir a divisão indicada por grande parte dos guias.
Neste artigo você vai encontrar:
Estella a Villamayor de Monjardin
Ah, a saída de Estella… deixa eu respirar fundo… só de lembrar já canso! 🙂 Estou brincando, mas na saída desta cidade você vai ter que subir, subir, subir… até Ayegui. O ponto mais alto fica na saída deste pueblo, que é praticamente uma extensão de Estella. Contando do albergue Municipal de Estella, são dois quilômetros de aclive. A inclinação aumenta depois da rotatória que fica ao lado de um posto de gasolina, em Estella.
Depois do ponto mais alto de Ayegui tem uma forte descida e logo em seguida tem a travessia de uma carretera (estrada). Cuidado, muito cuidado ao atravessar, como sempre. O trajeto até Villamayor de Monjardin é predominantemente subida, então depois de atravessar a estrada, sobe de novo. Mas neste ponto é tranquilo, você nem vai perceber se sobe ou desce, pois estará louco para chegar num ponto de parada obrigatório.
Fonte de vinho das Bodegas Irache
Cerca de 400 metros depois da carretera você chegará na famosa fonte de vinho, das Bodegas Irache. Você pode servir-se e beber o quanto quiser, mas observe o detalhe: é para consumo no local, nada de engarrafar e levar um pouco para depois. Há, neste lugar, uma ou duas vending machines (máquinas de venda). Nelas você poderá comprar um copinho de vidro das Bodegas Irache. Custava 1 euro, creio que não tenha mudado. Bem, espero que não beba muito, pois você está só começando o dia!
Uns 700 metros depois o peregrino cruza novamente a rodovia. A mesma que atravessou lá atrás. Vai passar por um hotel (com restaurante) e mais para a frente, um camping. Depois disto, só vai ver bares em Azqueta. Mas o caminho até lá não tem grandes dificuldades e é agradável.
Continuando, você vai passar em frente ao Monastério de Irache. Preste atenção quando chegar no km 3,3: tem uma placa com duas opções de caminho. Vá pelo da direita! O outro não conheço, não sei por onde passa, nem sei se tem algum tipo de estrutura até Los Arcos. Apesar de ser um pouco mais curto, os guias indicam para ir por Azqueta.
Azqueta, o pueblo do Pablito das Varas
Pouco antes de Azqueta tem uma subidinha. Não podia ser diferente! Neste lugar, que fica no km 7,3, tem bares onde você poderá descansar e comer algo. Ou pode deixar para fazer isto em Villamayor de Monjardin, que já está bem perto, pouco mais de 2 quilômetros.
Em Azqueta vive um senhor chamado Pablito Sanz, uma das figuras muito conhecidas do Caminho de Santiago. Ele é famoso por presentear os caminhantes com seus cajados de aveleira (varas de avellano), sendo que alguns peregrinos são convidados para um café em sua casa. Estes cajados são confeccionados por ele mesmo, que não pede nem aceita donativos. É um presente, e de coração!
Na saída de Azqueta terá uma descida e depois terá que subir novamente, pois a altitude de Villamayor de Monjardin é um pouco maior. Mas anime-se, depois disso o trajeto será majoritariamente um leve declive. Pouco antes de chegar em Villamayor de Monjardin tem uma fonte medieval. Vale uma paradinha neste lugar, pois não encontrará outra igual até Santiago de Compostela. Só um aviso, caso a placa tenha sido tirada: a água não é potável.
Já na entrada de Villamayor vai ter a igreja de Santo André Apóstolo. Se puder faça uma visita a este lugar. A porta sempre está fechada, mas nem sempre trancada. Portanto, tente abri-la. Dentro tem uma caixa para colocar moedas, ao lado da porta, na parede. Deve colocar 1 euro para acender as luzes e poder apreciar melhor seu interior. Lembre-se que são estes poucos donativos que ajudam na manutenção destes pequenos templos.
Villamayor de Monjardin a Los Arcos (ou Torres del Rio)
Primeira coisa que deve saber: depois de Villamayor de Monjardin só vai ter banheiro em Los Arcos. Aproveite esta parada que será a última. Também abasteça os cantis neste lugar. Tem uma fonte no fim da rua que fica em frente ao portal da igreja. Você vai encontrar outra fonte 2 quilômetros depois, mas sempre é bom garantir. Serão praticamente 12 quilômetros sem árvores, sem sombra, sem muitas paradas. O trecho é tranquilo quanto ao relevo, porém, repito, leve água e alguma coisa para comer.
Na saída do pueblo terá uma descida e depois uma grande reta. No km 2, mais ou menos, tem a fonte que falei. Depois serão 10 quilômetros praticamente sem paradas. Apesar de ser um trajeto quase todo plano, o tipo de piso, o sol e o fato de ver de longe o caminho nos deixa um pouco cansados. Entre abril e outubro tem uma lanchonete tipo trailer no km 15,2. Foi um dos melhores bocadillos de tortilla francesa y queso que comi no Caminho de Santiago. Mas não tem banheiro lá! Pelo menos até 2015 não tinha. Depois caminhará uma hora e meia a duas horas até chegar em Los Arcos. Ah! No km 18,3 tem umas mesas para descansar e lanchar. Neste ponto pode ter um pouco de sombra, aproveite!
Chegando em Los Arcos
Eu não posso opinar sobre os outros albergues por não ter ficado neles. Você deve procurar as opiniões de outros peregrinos no guia Consumer, que eu já citei neste blog.
Vai parecer que você está chegando no Paraíso, depois de tanto caminhar no sol (ou na chuva!). Ainda precisará caminhar até o “centro”, mas estará bem perto. Há vários albergues neste lugar, sendo que o municipal fica depois da igreja, cruzando a estrada. São poucos metros, não se preocupe. Neste pueblo eu só fiquei no albergue Casa de la Abuela, que eu gosto muito, por sinal, e fica a poucos metros da igreja. Tem uma outra praça perto deste albergue, onde tem uma loja tipo 1,99. Lá você encontrará de tudo. Aliás, o nome da loja é Cosi-Todo. Nesta praça você também encontrará farmácia, banco e um hotel com restaurante que serve o menu peregrino. Mais uma alternativa para comer, pois há alguns restaurantes na praça da igreja.
Acho que não preciso falar, mas… não deixe de visitar a Igreja de Santa Maria, que é linda por dentro! Aproveite para relaxar um pouco na praça da igreja, se o tempo permitir. 🙂
Para quem quiser continuar até Torres del Rio, serão mais 7,7 quilômetros aproximadamente. É bem tranquilo e praticamente plano. Falarei disso no artigo sobre a próxima etapa.
Buen Camino!
Mapa e Altimetria da Etapa
Albergues e Outras Acomodações
Estella (Navarra)
População: 13671
Albergues
Ayegui (Navarra)
População: 1838
Albergues
Irache (Navarra)
População:
Azqueta (Navarra)
População: 44
Villamayor de Monjardín (Navarra)
População: 127
Albergues
Los Arcos (Navarra)
População: 1200
Nao recomendo a casa de la Abuela , tratamento pessimo dos hospitaleiros
Olá Marcos!
Das vezes que fiquei lá fui bem tratado. Porém, como sempre digo, as coisas podem mudar ao longo do tempo. Seria interessante você relatar o que aconteceu, uma forma de ajudar os outros peregrinos a tomarem suas decisões sobre onde ficar. 😉
Um abraço e bom Caminho!
Claudio Pacheco
olá… bom seu relato e bem explicadinho. ajuda, e muito, o peregrino tanto novato como o que está repetindo. no meu caso, três caminhos, agora em setembro embarco novamente para pisar nele…desta vez passo reto por los arcos, onde fiquei já duas vezes. uma passei reto… agora pretendo dormir em torres del rio…. se as pernas ajudarem. aí dia seguinte…. até logroño…. tudo dentro das perspectivas… é isso. buen caminho. TFA esiopoeta, Oriente Piracicaba, sp.
Olá!
Fui este ano e pensei em fazer isso, mas o vento contra estava tão forte que minhas pernas não aguentariam andar além de Los Arcos. Se pretende ir até Logroño é uma ótima ideia fazer a etapa em Torres del Rio. Se encontrar algo diferente do que explico, por favor me avise para eu atualizar. 🙂
Um abraço e bom Caminho!