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Bota ou Tênis?
Bota ou tênis, o que devo usar? Resolvi escrever este artigo inspirado em uma discussão que surgiu em um dos muitos grupos existentes na Internet sobre o Caminho de Santiago. Como é um assunto que envolve, além da questão técnica, gosto e opiniões pessoais, sempre gera um pouco de polêmica. Por este motivo deixo claro que não estou escrevendo para defender uma escolha pessoal, nem para dizer que alguém está errado por sua escolha.
Também é bom dizer que não existe uma regra a ser seguida. Afinal, nem sempre o que é bom para um é bom para os outros. Porém há alguns detalhes que precisam ser observados. E é isto que pretendo passar, baseado na minha experiência e nas pesquisas que fiz desde a minha primeira peregrinação à Santiago de Compostela. Como dicas sempre são importantes, bom proveito! E se você tiver algo a dizer, alguma dica a sugerir, me escreva que eu complemento o artigo!
A Bota
Em todas as vezes que fiz o Caminho de Santiago – cinco vezes (até agora) – eu usei a bota como calçado principal. Isto não foi fruto de uma preferência por botas. Eu não era acostumado a usa-las. Mas pesquisei sobre o assunto e conclui que seria a melhor decisão – na época não vi muita discussão sobre o uso de bota ou tênis. Porém segui alguns conselhos e resolvi que usaria a bota. Aprendi a prestar mais atenção a este assunto, que considero um dos mais importantes para o Caminho.
Minha primeira bota
Na primeira vez decidi comprar uma bota Timberland. Não era das mais baratas, mas muita gente dizia que era uma bota muito boa, além de ter o preço mais acessível que várias outras. Eu achava absurdo pagar caro pelas outras “só pela marca”. Errei feio. Na época não existia tanta informação como existe atualmente. Também não sei o que é pior, pouca informação ou informação em excesso. Mas de qualquer forma, a bota não era a melhor para o Caminho: era pesada e um pouco dura. Tive muitas bolhas e no fim do Caminho a sola já estava bem gasta. Não digo que a marca seja ruim, talvez na época (2009) os modelos da marca não fossem apropriados para o uso que fiz.
Minhas outras botas
A partir do segundo Caminho mudei a marca da bota. Comprei uma Salomon. Desta vez tive problemas no começo da caminhada, mas não por culpa da bota. Comprei uma que apresentou um pequeno defeito e preferi pedir para trocar duas semanas antes de viajar. Desta forma não tive tempo de amacia-la direito, fiz isto no Caminho. Andei uns dias de papete até o pé melhorar e depois não tive mais problemas. A partir de então sempre usei o mesmo modelo de bota Salomon. Leve, confortável e durável. Há outras marcas boas também, como a The North Face. Porém, como não usei esta marca, não posso dar a minha opinião. Mas pessoas que usaram dizem ser muito boa também.
Sugiro que, se sua escolha for pela bota, preste atenção ao modelo (independente da marca). Muita gente compra bota de montanhismo e reclama do peso, ou acha dura para caminhar, e acaba dizendo que bota não presta. Estão certos. Não presta para este tipo de uso.
Procure saber qual o modelo recomendado para longas caminhadas, como o Caminho de Santiago. Da Salomon, que eu uso, conheço os seguintes modelos para hiking:
Masculinas: a AUTHENTIC LTR GTX® M, a MUDSTONE MID GTX M, a HILLROCK MID GTX® M e a MUDSTONE MID 2 GTX® M.
Femininas: a AUTHENTIC LTR GTX® W, a ELLIPSE 2 MID LTR GTX® W, a MUDSTONE MID 2 GTX® W e a HILLROCK MID GTX® W.
Sempre vale a pena pesquisar, pois há diversas opções de botas para hiking. Algumas vezes um modelo sai de linha para entrar outro com novas tecnologias no lugar.
Sempre vale a pena pesquisar, pois há diversas opções de botas para trekking. Algumas vezes um modelo sai de linha para entrar outro no lugar.
Atenção! Fique de olho, pois muita loja, na ânsia de vender a qualquer custo, quando falta um determinado modelo tenta empurrar outro, dizendo que também é muito bom. Não acho isso uma atitude legal, pois o modelo errado pode comprometer sua caminhada, e não estará fazendo uma viagem de fim de semana.
O tênis
Muita gente prefere o tênis, por questões pessoais, mas eu sempre indico a bota. No trajeto todo tem muita parte que, estando o tempo seco e sem poças, pode-se andar tranquilamente de tênis. Porém há também muito terreno irregular, com pedras soltas, com barro (mesmo com tempo bom) e, nestes casos, a bota protege mais. Por ter o cano um pouco mais alto, protege melhor contra a água, pois se pisar numa pequena poça, não terá problema. Com tênis, mesmo usando polaina ou calça impermeável, molharia os pés. Sem falar nos dias de chuva. Dependendo da época do ano chove muito!
A bota protege também (e principalmente), contra torções no tornozelo. Imaginou uma pisada em falso obrigar você a parar a peregrinação?
Há gente que defende o tênis dizendo que usou e não teve problema nenhum. Para mim, isso é o mesmo que dizer que dirige sem cinto de segurança e nunca teve problema.
Um calçado para cada situação
Existem situações onde cada um tem um motivo especial para usar o tênis e não a bota, como problemas de adaptação, problema nos pés, gosto(?), etc. Então lembre-se ao menos de observar, independente do calçado, se o modelo escolhido é impermeável e respirável. Também é importante saber se o calçado é adequado para trekking. Não use tênis de corrida ou um tênis qualquer. São muitos quilômetros, não vale a pena arriscar causar um dano na sua principal “ferramenta de trabalho”.
Dicas Importantes
Ao comprar o calçado, não esqueça de escolher um número acima, pois além dos seus pés incharem um pouco com a caminhada, nas decidas não machucará as unhas. Nunca compre o seu número exato, isso faz muita diferença!
Finalmente, independente do modelo escolhido (bota ou tênis), use sempre meias adequada. Dê preferência às que tem tecnologia CoolMax.
Eu adotei o procedimento de trocar as meias a cada 10 quilômetros aproximadamente (ou a cada 2 horas). Aproveito a pausa para descansar um pouco e comer algo, além de deixar os pés sem o bota ou tênis, para arejar um pouco. Não sei se foi isso que ajudou, mas não tive mais bolhas depois que comecei a fazer isso.
E vale sempre uma orientação: seja qual for a sua escolha (bota ou tênis), não abandone nada no meio do caminho. Deixe em lugares apropriados nos albergues. Apesar de parecer poético, não deixa de ser lixo. Vamos ajudar a preservar a natureza! 😉
Buen Camino!
L.í com atenção suas “dicas” q foram muito úteis. 0brigada
Legal Lucia! Eu que agradeço. E fico feliz em saber que estou ajudando! Saber disso motiva-me a continuar este trabalho. Tendo qualquer dúvida, crítica ou sugestão, por favor escreva.
Vou preparar outros posts com mais informação, então se tiver algum assunto que queira sugerir, fique à vontade. E se quiser receber as atualizações por e-mail, basta assinar o blog no formulário à direita (é só informar o teu e-mail e receberá as atualizações em primeira mão!).
Um abraço e buen camino!
Claudio
Comecei lendo o e-mail recebido sobre quanto gastar na peregrinação e digo-lhe que desde o ano passado já percebi que não somente o real perdeu o valor, mas como os espanhóis estão elevando os preços em euros
Justamente hoje entabulei uma conversa com uma peregrina a respeito de com qual calçado ela percorreu o caminho. A resposta dela foi com a bota Salomon, um dos modelos citados por você. Imediatamente fui pesquisar e fiquei abismada com o valor. Como ainda não tenho previsão de quando farei o caminho, o jeito é ir juntando uma pouco mais de reais …
Mais ou menos 10 anos atrás comprei um par de botas de montanhismo (Asolo), gostei da aparência, e fiz pequenas trilhas (nada além de 100 km), mas como você citou acima ela é pesada, e quanto a ser dura não me incomodei, pois sinto o pé bem protegido.
Gostei demais de sua clara explanação.
Grata.
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Obrigado, Juliana! Fico feliz em poder ajudar!
Prefiro ser um pouco mais realista nas minhas dicas, pois não quero, por gostar do Caminho, incentivar alguém a ir sem condições e acabar tendo problemas a mais.
O calçado, em especial, faz toda a diferença. Mas isso não quer dizer que não pode ir se não tiver uma bota super-hiper-boa. Só tem que ver se estará adaptada ao calçado e se ele estará amaciado. Agora com o dólar alto, muitas botas ficaram com preço proibitivo e, infelizmente, não é um ítem que pode comprar lá. Apesar do peso da minha primeira bota, isso não me impediu de terminar o Caminho. O importante é ter um mínimo de proteção contra o frio, chuva e torções.
Quanto ao dinheiro, se quer mesmo ir, se é algo que teu coração diz que tem que fazer, guarde dinheiro aos poucos e, se possível, em Euros. Eu prefiro fazer assim para não ser tentado a gastar com outras coisas. Sabe como é, né? rs
Precisando de mais informações ou tendo sugestẽs, é só me dizer. As dúvidas dos outros que me inspiram a fazer os posts, assim ajudo mais gente de uma só vez. 🙂
Um abraço!
Claudio
Esta questão do calçado adequado é essencial para um caminho tranquilo. Fiz o caminho em 2002 e, na época, optei por uma salomon. Experimentei algumas e, a que mais me proporcionou conforto foi uma direcionada a……..mulheres..rsrs..isto mesmo.Optei por uma feminina, que era feminina só na etiqueta mesmo. Caminho tranquilo, sem bolhas. O único deslize que cometi foi na amarração. Estava colocando muita pressão e, na metade do caminho, meus pés incharam absurdamente e começou a pintar uma tendinite. Comprei um gel de massagem – Harpagofito, e passei a amarrar com mais folga assim, o problema sumiu rapidamente.
Os calçados e mochilas direcionados a mulheres é por causa do tamanho e formato (e cor!). Isto acontece com a mochila também. A Deuter tem os modelos de mochila com SL no final, que é voltado ao público feminino. Ou homens mais magros ou mais baixos… estas mochilas tem o diferencial do ajuste na região do peito ser posicionada mais para cima, se não me engano, e o formato da alça ser um pouco diferente.
É muito importante você se sentir confortável com a bota. Fez bem em experimentar todos os modelos.
Há muita gente também que fica preocupada com a marca, se TEM que ser Salomon ou outra cara. Não quer dizer que usando outras botas terá problema, mas a possibilidade de ter algum com as botas de marcas “melhores” diminui bastante.
A amarração também é muito importante, foi bom você citar isso! Eu tive problemas com a amarração também, em 2013. Fui seguir um site que explicava formas alternativas de amarrar a bota. Pior coisa… voltei a amarrar do jeito tradicional, com o cuidado de não apertar muito, resolveu o problema.
Obrigado por deixar seu comentário! Ajuda os outros peregrinos e incentiva o blogueiro (eu, neste caso! rs) a escrever mais! 🙂
Um abraço,
Claudio
Ola Claudio,
tudo bem? fiz o Caminho do Norte, a partir de Oviedo num total de 350 km. Usei uma Bota Salomon impermeável e respirável. Estou pretendendo fazer novamente no ano que vem e fui atrás de matérias da Salomon e acehi a sua aqui e concordo plenamente, eu não tive bolhas nesse caminho, tomando cuidados com os pés, meias, vaselina, botas bacanas Salomon. Não estou achando esses modelos que vc falou, no site da Salomon hoje tem as QUEST PRIME GTX® e as X ULTRA MID 2 GTX®. Que vc acha desses modelos e de uma bota tamanho MID? abraços e obrigado
ahhh fiz o caminho em 2000, rsrsrs
Olá Silvio!
Primeiramente, seja bem vindo ao meu blog e obrigado por comentar aqui! 🙂
Realmente a Conquest saiu de linha. A minha usei em dois Caminhos, e ainda aguenta um terceiro. Aliás, já fiz o terceiro até Burgos, mas tive que interromper. Ela certamente aguenta bem mais ainda.
Eu estava olhando os modelos novos e gostei bastante da Quest Prime GTX®. Esta seria a minha escolha, a principio. Nunca usei uma bota de tamanho MID, mas talvez seja uma boa opção. Ela é mais bem leve que as “normais” (quase 200g de diferença por pé) e acredito que dá estabilidade e também protege de torções. Talvez não tanto quanto as outras, mas protege. Não sei como seria num dia com chuva muito intensa, mas não acredito que teria problemas.
Se você fez o Caminho em 2000 vai sentir muita diferença. Tanto na infraestrutura quanto nos peregrinos. Mas como o Caminho é o Caminho, sempre é bom! Se for para lá na primavera, esteja preparado para frio também. Não que esfrie sempre nesta época, mas pode acontecer.
Um abraço e buen Camino!
Ola Claudio, eu via a Quest e achei muito boa, além de mais alta, ela tem partes em couro, mas a Midi parece ser interessante para fazer apenas um pedaço do Caminho (400km) e depois poder usar por aqui para um uso mais leve. Ambas custam por volta de R$ 1.100,00 (carinhaaaa….). Sei que o caminho pode ter mudado , sempre vai mudar, mas concordo que o maior Caminho é interno, mas temos que nos preocupar com a nossa carcaça tb. Obrigado por responder, grande abraço
Oi Silvio!
Vou confessar que estou tentado a experimentar a mid um dia. Mesmo para o Caminho todo, pois é mais leve e não deixa de ser uma bota. 🙂
Aqui está muito cara mesmo. Se você conhecer alguém que vá para os Estados Unidos, pode pedir para trazer. Eu fiz isto da última vez, comprei on-line e mandei entregar no hotel que a pessoa estava hospedada. Saiu menos da metade do preço (ainda mais que peguei uma promoção). Pena que não dá para comprar ao chegar na Espanha…
Um abraço e buen Camino!
Vou fazer só o trecho final cerca de 200km. Acha que posso usar o tênis mesmo?
Olá Goretti!
A questão não é a distância, é a proteção dos pés, inclusive quanto à chuva. A região da Galicia é conhecida por ter muita chuva (o que não quer dizer q necessariamente vai chover). Porém, se chover e se tiver muitas poças, é muito mais fácil entrar água no calçado.
É uma escolha pessoal. Nos dias secos e dependendo do terreno, o tênis é melhor por ser mais leve. Apesar disso eu prefiro a bota. Mas tem gente q não se adapta (facilmente) a ela e vai de tênis. Vc pode ir como se sentir melhor, mas a bota protege mais, na minha opinião.
Um abraço e bom Caminho!
Olá Claudio!
Me disseram que devo comprar a bota um número maior que uso nirmnormalm, isso procede ou e mito? Estou me preparando para fazer o caminho em setembro.
Olá Salete!
Sim, é verdade, a bota deve ser um número maior que o normal. Os dois principais motivos são: os pés podem inchar um pouco e, na descida, a tendência é o pé escorregar um pouco para a frente. Isso faz com que a unha bata no “fim da bota”, com o tempo pode ficar preta e cair. A bota, diferente do tênis, é mais firme na ponta para proteger os dedos.
Já vi gente que insistiu em comprar do número certo e acabou tendo problemas. Não convém arriscar. 🙂
Um abraço e bom Caminho!
Olá Cláudio!
Estou me preparando para fazer o Caminho da Fé e posteriormente o de Santiago.
Depois de algumas informações de amigos peregrinos, sites e blogs comprei um tênis da Timberland. Meu n° é 37 e comprei 39. Iniciei meus treinos com 2 meias ( meias com proteção em areas de atrito). No 1° treino tive bolhas em 2 lugares, e a unha do 1° dedo ao lado do dedão, pretejou, ok. Na segunda caminhada proteji o pé e não tive bolhas porém, percebi que as duas unhas do dedão estão com uma coloração arroxeada. Com sua experiência, vc acredita que esse tênis não seja adequado para mim? Talvez deva usar somente uma meia?
Desde já, agradeço
Abç
Olá Sol!
Não tenho muita experiência com tênis, mas vou falar o que penso sobre o problema. Primeiramente o calçado precisa ser amaciado, isso já ajuda muito. O tênis é diferente da bota normalmente (a bota tem o bico reforçado), então o número muito superior pode não ser adequado. Mesmo nas botas é melhor usar um número a mais, dois nunca usei e não sei se é recomendável (sempre ressaltando que não tenho experiência com tênis). Verifique se a dobra que o tênis faz na ponta, ao caminhar, não fica sobre suas unhas. Isso causaria uma pressão sobre ela, o que não é bom. Verifique se o tênis está bem amarrado, firmando o pé (sem apertar!). Se ele estiver escorregando dentro do calçado vai dar bolha pela fricção.
Verifique também se as meias não estão úmidas demais, outro fator que ajuda na formação de bolhas (a pele fica mais sensível e qualquer atrito já é motivo para aparecerem). Use meias com Coolmax, jamais use as de algodão. Se estiver andando mais de 2 horas, experimente trocar as meias por outras secas na metade do seu treino. Tente usar um par de tênis que você já tinha antes para ver o resultado.
Agora tenho q fazer um comentário pessoal, pode ajudar: no meu primeiro caminho usei uma bota Timberland. Tive bolhas e unhas pretas (que depois caíram). Nos próximos usei botas da Salomon e só tive problemas uma vez, e confesso que foi “culpa” minha. A Salomon tem também botas da linha MID que é um meio termo entre bota e tênis, assim são mais leves que as botas tradicionais e protegem mais que os tênis. Há outras boas marcas, como a The North Face, mas não posso opinar por não ter usado. Lembre-se, o calçado e a mochila são investimentos que fazem muita diferença na sua caminhada, principalmente o primeiro.
Quanto à meia, usei duas no primeiro caminho e depois fui mudando para uma só, usando duas somente nos dias mais frios e úmidos. O importante é trocar as meias por outras secas a cada 2 horas ou 10 km, aproximadamente, e arejar um pouco o pé antes de trocá-las. Assim mantem o pé mais seco. Eu tirava as úmidas e pendurava na mochila para irem secando durante a caminhada. 🙂
Verifique sempre no site do fabricante os modelos mais recomendados para hiking. Há algumas lojas que, na ânsia de vender ou por pura falta de conhecimento (apesar de falarem como especialistas no assunto), dizem que outros modelos são bons para caminhadas longas e nem sempre é verdade.
Espero ter ajudado! 🙂
Um abraço e bom caminho!
Claudio, muito legal da sua parte compartilhar experiencias.
Vc poderia comentar sobre:
>Tamanho e marcas de mochila ideal?
>Hidratação, garravas ou utilizar reservatórios p/ mais litros
>Capa de chuva, tipo poncho sem manga ou com manga?
Valeu
George
Olá Carlos!
Que bom que está gostando do blog! Vamos às respostas:
1. Tamanho de mochila varia de pessoa para pessoa, mas eu recomendaria uma de aproximadamente 40 litros. Eu só usei mochila da Deuter, gosto muito desta marca. Há poucos anos entrou no mercado brasileiro a marca Osprey, que também é muito boa. Mas não usei. Da Deuter tem a Futura Pró 42 litros. Para mulheres principalmente tem as Deuter com a indicação SL, é mais confortável para elas, a alça é um pouco diferente. Não sei se encontrará ainda, mas tinha um modelo Pilgrim também. O melhor a fazer é ir na loja e experimentar. Não ficar muito acima dos 40 litros, nem muito abaixo. Se a mochila tiver um compartimento na parte inferior (como a Futura ou a Pilgrim), melhor, pois pode colocar o saco de dormir embaixo e num lugar de fácil acesso.
2. Quase sempre levo reservatório, quase nunca uso. rs O reservatório ajuda muito, principalmente nas subidas, por ficar mais à mão. Assim você se hidrata mais facilmente. Acabo sempre usando nos Pirineus ou outras subidas, como a dO Cebreiro. Mas sinceramente pode ser substituído por garrafas sem problemas. Elas são bem mais fáceis de recarregar e são mais leves. Uso os bolsos laterais para levá-las. O inconveniente é que a água esquenta mais assim, mas é bem mais prático. Resumindo, os dois modos tem prós e contras, infelizmente é algo bem pessoal. Só lembrando que garrafinhas de água mineral são bem mais leves que o reservatório. 🙂
3. Eu uso capa de chuva com manga, tipo poncho, com ziper e velcro na frente. Se vc usar um corta-vento impermeável, não se fazem tão necessárias as mangas. Mas proteger a mochila sempre é bom. Recomendo calças impermeáveis E respiráveis ou polainas, pois deve evitar a todo custo que entre água no seu calçado.
Espero ter tirado suas dúvidas. Precisando de mais alguma dica, só perguntar! 🙂
Um abraço e bom Caminho!
Claudio
Olá Claudio, primeiramente muito obrigada por esse blog, está sendo minh principal fonte de informacoes iniciais 😂😍 Aproveitei que estou de férias no Rio e fui até a ecotrek experimentar as botas da salomon, e os dois modelos que voce sugeriu ja sairam de linha. O modelo que gostei foi o mudstone mid 2 gtx. Tem algo a me dizer a respeito dela? Obrigada.
Olá Amalia!
Eu que agradeço a você por acompanhar o meu blog, fico feliz em ajudar!
Realmente preciso atualizar aquele artigo, os modelos saíram de linha. Este modelo que você citou é uma bota para hiking, ou seja, é o tipo de bota que você precisa. Ela também usa a membrana GORETEX, o que a torna impermeável e respirável. Por ser uma MID, ela é um pouco mais baixa que as outras botas de hiking, mas isso não é ruim, pois protegerá seu tornozelo da mesma forma, sem falar que por isso é um pouco mais leve.
Um abraço e bom Caminho!
Claudio Pacheco
Olá, fiz o Caminho Português para Santiago em 2019 (cerca de 160 km) usando um tênis Salomon speed cross 3. Não tive problemas de dor ou bolhas nos pés, porém achei que as trava desgastaram-se muito rápido (algumas até se soltaram inteiras). Saberia dizer se há uma “quilometragem” esperada para durabilidade das travas/tênis Salomon ou outro? Pretendo comprar um novo,mas fiquei em dúvida quanto à durabilidade. Grata,
Elaine Vargas
Olá Elaine!!
Tudo bem?
Não sei dizer qual é a durabilidade esperada, mas certamente é mais que 160 quilômetros. Imagine que vc faça uma trilha leve, de 10km de ida e volta. Só poderia fazer 10 vezes este trajeto, se durasse tão pouco. Acredito que o solado teria que durar praticamente o mesmo que uma bota (e uma das minhas Salomon eu usei em dois Caminho de Santiago, desde Saint-Jean-Pied-de-Port!).
Produtos como Salomon, Deuter, The North Face e outras marcas conhecidas (e caras) geralmente tem cuidado com a qualidade dos produtos. Recomendo que entre em contato com o SAC deles. Provavelmente irão pedir para enviar para eles analisarem. Se for problema do produto certamente irão substituir.
Espero ter ajudado! 😉
Um abraço e bom Caminho!
Claudio Pacheco