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História do Caminho de Santiago de Compostela
Saber a história do Caminho de Santiago de Compostela é muito importante, principalmente para quem vai fazer a peregrinação até o túmulo do apóstolo. Conhecer a sua origem dará muito mais sentido à sua jornada pela Espanha.
Se você pretende fazer essa peregrinação um dia, leia este artigo até o fim. Certamente a sua peregrinação terá muito mais sentido se você conhecer a sua história.
Quem era Santiago, o padroeiro da Espanha
Tiago Maior foi um dos 12 apóstolos de Cristo. Também conhecido como filho de Zebedeu, ele foi pregar na Espanha após a morte de Jesus.
Vindo da Terra Santa, chegou na região da Galiza, Espanha, no ano de 34 d.C. A lenda diz que ele celebrou a primeira missa em Iria Flavia (município de Padrón), que fica a cerca de 20km de Santiago de Compostela.
Depois de um período na na Península Ibérica, ele retornou à Jerusalém. Mas, devido à perseguição promovida por Herodes, acabou sendo decapitado em Jafa por volta do ano 42 d.C.
O seu corpo e a sua cabeça foram levados para a Espanha pelos seus discípulos Atanásio e Teodoro. Eles transportaram seus restos mortais em uma barca de pedra, que aportou em Iria Flavia.
De Iria Flavia eles levaram Santiago até um cemitério no monte Lebredón, onde o enterraram. Este cemitério situava-se onde fica hoje a Catedral De Santiago de Compostela.
A descoberta do Túmulo do Apóstolo
Aqui tudo começa. Em meados de 813 d.C., um eremita chamado Pelayo (ou Pelágio) viu algo diferente no céu e resolveu comunicar imediatamente o fato ao Bispo Teodomiro, de Iria Flavia.
Ele contou que viu uma chuva de estrelas sobre uma urna de mármore no monte Lebredón. O Bispo achou que a história merecia atenção e decidiu investigar o acontecimento com mais cuidado. Depois de alguns estudos, esta urna foi identificada como o túmulo de Santiago, o apóstolo de Cristo.
A partir deste momento a notícia começou a espalhar-se e iniciou-se a peregrinação ao local do sepulcro.
Devido à “chuva de estrelas” que Pelayo viu, esse lugar ficou conhecido como Campus Stellae (“Campo de Estrelas“). Daí veio o o nome Compostela. E também foi essa a origem do nome Caminho das Estrelas.
Santiago, o Padroeiro da Espanha
No ano de 844 houve uma aparição milagrosa de Santiago, montado em um corcel branco. Isso aconteceu na Batalha de Clavijo. Nessa batalha Ramiro I das Astúrias, com a ajuda de Santiago, teria vencido um grande exército muçulmano após ter se recusado a pagar tributos que eram devidos apenas pelos cristãos.

A partir deste momento, o santo ficou conhecido na Espanha como Santiago Matamoros (Mata-mouros) e foi considerado padroeiro da Reconquista.
A Reconquista foi o movimento ibérico cristão que teve início no século VIII, visando a recuperação das terras perdidas durante a invasão da península Ibérica pelos muçulmanos.
Atualmente Santiago é o padroeiro da Espanha.
O Caminho de Compostela
Carlos Magno viu a peregrinação como mais uma forma de defender suas fronteiras das invasões árabes. Por esse motivo resolveu incentivar a promoção da peregrinação à Santiago de Compostela.
Os peregrinos vinham de todos os cantos da Europa Cristã. Usavam principalmente as rotas comerciais mais conhecidas para chegar à Santiago de Compostela.
A rota mais usada tornou-se o mais tradicional Caminho de Santiago, o Caminho Francês. Esta rota tem início em Saint-Jean-Pied-de-Port, na França, aos pés dos Pirineus, quase na divisa com a Espanha (saiba mais sobre o seu início clicando aqui).
Ela passa por importantes cidades espanholas, como Pamplona, Logroño, Burgos, Léon e Ponferrada, chegando finalmente em Santiago de Compostela.
Começando na Comunidade Autônoma da Navarra, você caminhará por La Rioja, Castela e Leão e, finalmente, a Galiza, somando um total de mais de 800 km.
Os Hospitais de Peregrinos
Monarcas de várias regiões também ajudaram a consolidar estas rotas construindo pontes e hospitais de peregrinos. Estes hospitais eram lugares que recebiam e hospedavam os peregrinos, dando-lhes assistência para continuar a viagem.
A palavra “hospital” vem de de hospes – hóspedes
Uma dessas pontes construídas para os peregrinos foi feita sobre o Rio Arga em Puente la Reina (Ponte da Rainha), com seis arcos. Doña Mayor, esposa do Rei Sancho III, mandou construi-la especialmente para facilitar a travessia dos peregrinos. Tamanha sua importância que acabou por dar o nome da cidade.
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Olá Cláudio.
Artigo super interessante, eu não sabia a história e realmente faz mais sentido agora!
Sempre tive vontade de fazer o Caminho mas agora em 2021 estou decidida. Estou me programando para ir após a pandemia, assim que seja possível viajar. (Quero muito que seja em 2021 ainda).
Seu blog é muito completo e as dicas são excelentes! Parabéns.
Gratidão por compartilhar sua experiência conosco e fazer com que a nossa programação seja mais assertiva possível.
Abraços,
Julia.